sábado, 18 de abril de 2009

Fim da linha.

Bastou pôr o primeiro pé dentro do bar e os olhares se voltaram para mim. Já passava das duas horas da manhã e fazia frio. O bar não era confortável, tampouco bem habitado. Sentei-me em uma mesa ao fundo do bar, afastado. Não queria observar nem ser observado, só queria encher a cara e esquecer o mundo. Larguei meu chapéu sobre a mesa e esperei que fosse atendido. Pedi whisky puro, sem gelo. Depois dos primeiros goles minha cabeça rodava tanto que só consegui achar graça.

As coisas passaram tão depressa e fugiram tanto do meu controle. Já fazia mais de quinze anos, mas parecia ontem, a imagem de um casal adolescente, que fazia juras de amor. Casamento, filhos, futuros empregos e cursos facultativos... Éramos eu e ela.

Aquela podia ser a última noite da minha vida e eu parecia não me preocupar. Meus melhores amigos estavam em um maço de cigarros amassado no bolso de trás da calça e a única pessoa que parecia me notar era o garçom que me atendera durante todo o tempo. Nada mais fazia sentido; nem as mortes que eu deixara pra trás, antes de me esconder no crepúsculo de uma mesa de bar. Era o pior e talvez o último dia da minha vida... E ela... Ela se casara.


Não faz meu tipo escrever essas coisas, mas me veio à mente e... Gol do Brasil, haha.


NOVELA MEXICANA VOLTOU!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Reativado.

O rítimo do meu cotidiano indica que o blog está mais do que na hora de ser reativado, portanto, reativei-o.

Ainda no final de semana a primeira bobagem aqui pra vocês.

O problema do Grêmio

Discordo daqueles que acham o jogador de meio-campo o mais importante em um time de futebol. Aliás, gostaria de saber quem foi o primeiro a começar com esse clichê. Futebol não vai muito além de gol. Portanto, os mais importantes são o centroavante e o goleiro: Um está ali para fazer gols e o outro para impedir gols, respectivamente.

Um time sem um bom goleiro e sem um bom centroavante teria que ficar tocando bola com os meio-campistas o jogo todo e, ainda assim, perderia a partida por 1 a 0.

O segundo homem mais importante do campo o Grêmio tem. E tem um ótimo, o melhor que já vi jogar no estádio Olímpico. Melhor que o Danrlei que ganhou tudo que se podia ganhar de importante. Sai bem por cima, é impecável saindo por baixo, salta bem para os dois cantos, tem reflexo... Perfeito. Não sei porquê perde vaga na seleção pra Gomes e Doni que, ao meu ver, estão longe de serem bons goleiros.

Mas o problema principal do time do Grêmio está do outro lado do campo, lá na frente: não tem centroavante. Não tem, defintiivamente, não tem. Contratou o Alex Mineiro, um dos melhores na função, ano passado, não deu certo. Trouxe de volta o Herrera que foi destaque no time de primeira que jogava a segunda, ainda não deu certo. Trouxe de volta o Jonas, que se destacou pelo time fraco da Lusa, mas é muito nervoso, na hora do pega pra capá afrouxa e erra na cara do goleiro. E nas costas também. Tem aí também o Maxi Lopez , que ainda não foi devidamente utilizado, mas, francamente, não tenho a menor espectativa quanto a um jogador que acumula na carreira menos gols que o Keirrison em 2 meses de Palmeiras.

É melhor os atacantes firmarem o pé, ou o Grêmio vai viver empatando em 0 a 0, e tendo que ganhar com gols de falta.



Fica aí minha reclamação.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Cobrador Malvado.

Sábado pela manhã minha cabeça pifou. É, pifou mesmo, parou de funcionar por uns minutos. Até ônibus errado eu peguei. Li T6, contudo, o letreiro estampava um 5. Só me dei conta do que havia feito quando ele passou na frente do HPS e dobrou uma rua bonita à direita.

- Isso aqui não é T6? - perguntei pra uma mulher ao meu lado.

- 5... Esse é T5! - respondeu ela, achando graça.

Dei sinal para que o motorista parasse. Parou, porém, muito longe da Protásio. Uns 5 minutos caminhando naquele sol. Caminhei pela rua bonita; subi um pouco, desci bastante. Cheguei à Protásio e fiquei lá, na frente da Redenção esperando meu ônibus. Agora um que não havia junção de letra e número, pra confundir. Até que não demorou, aliás, dificilmente os ônibus tem me deixado na mão: encosto na parada, chega um ônibus. Entrei no ônibus correndo, tava estressado, cansado, talvez até estivesse triste. É, estava triste. Paguei a passagem e agradeci o cobrador. Antes não tivesse agradecido! O infeliz fez-se de surdo, me olhou e calou-se. Provavelmente estava com problemas, mas e daí? Eu estava atormentado, e nem por isso deixei de pôr em prática os bons modos que minha mãe me deu. Mas enfim, já havia agradecido, agora só me restava odiá-lo. Sentei num banco sozinho, no canto em que tinha sombra. Gosto daqueles banquinhos que ficam sozinhos, são bons, são separados. Seguindo o caminho uma coisa continuava me atormentando: O cobrador malvado. O homem era um robô. Pegava a grana, devolvia o troco quando necessário, liberava a roleta e nada mais. Só abriu a boca uma vez; pra xingar um guri que pediu pra passar por baixo. Que homem desprezível. Filho do demo. Quando desci do ônibus já nem lembrava mais do Cobrador Malvado. No domingo eu fui para a casa do meu primo e assisti o GREnal vencido, injustamente, pela equipe alvirubra que fora inferior durante toda a partida. Lá assisti o GREnal, lá dormi. Só voltei para casa no dia seguinte, pela manhã. Peguei o T4, agora acertei no Tnúmero, e desci em frente ao SESC. Como já se tornou praxe; encostei na parada, chegou um ônibus. Para minha surpresa: O Cobrador Malvado. Paguei a passagem, ele liberou a roleta e ,novamente, para minha surpresa: me agradeceu. Confesso que na hora fiquei tonto, nem parecia o mesmo homem de dois dias antes. Fora muito educado, sorriu, fez um sinal com a cabeça e supreendentemente me agradeceu! E assim ele foi com todos os outros que subiram no ônibus depois de mim: sorria, fazia o sinal com a cabeça, e agradecia. Quase perto de eu descer, um homem de meia idade que aparentava conhecer o Cobrador Malvado subiu no ônibus. Comprimentou-o e perguntou:

- Vem cá, e o GreNal ontem?

- Maravilha tchê, maravilha! - respondeu o cobrador sorrindo.


Realmente, um GreNal muda muita coisa.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Desativei.

Eu não criei o blog pra postar esse tipo de coisas, mas é necessário.
Desativei. Ou desativei-me, não sei. Mas o fato é que nos últimos dias eu tô morto. Ok, morto é exagero, digamos que estou em coma. A única coisa que eu consigo fazer é respirar e olhe lá. Não durmo como deveria, não como o quanto deveria, não faço excercícios, não leio, não escrevo - já deu pra notar, pelo pobre Davi que não pega a Laura -, não faço nada. Não sei o porquê. Aliás, não quero saber. Não sei nem porque tô escrevendo isso aqui, mas é tá legal, tô me ocupando pelo menos cinco minutos escrevendo uma parada de doze linhas (aposto que vai dar doze!) e cheinho de pontos finais. Amo colocar ponto final. É a coisa mais legal da ortografia. Olha que afudê! PIMBA! Dale um ponto final e começa com letra maiúscula. Genial isso, realmente genial.
Não rolaram as doze linhas. Merda!

sábado, 10 de janeiro de 2009

BBB - Big Besteira Brasil

Esses dias eu tava jogando futebol, aqui na rua, com uns amigos. Um gol bonito aqui, um frango do goleiro ali... E por assim fomos praticando o típico futebol de várzea. Mas entre tantos erros e acertos, teve uma coisa que eu comecei a observar: O Luan. O Luan, é aquele cara que não pode faltar em nenhum bairro. Gordinho - apelido que leva desde que o conheci -, desajeitado, tímido, um fracasso com o sexo frágil e, principalmente, péssimo em esportes. Enquanto todos alternavam, entre boas e más jogadas, o cara não acertava uma. Nenhuminha. Depois do futebol, que o Gordinho fez questão de tirar a graça, voltei pra casa e tomei um daqueles banhos que a gente torce pra nunca ter fim. Depois do banho fiz o de se esperar; me deitei. Liguei a televisão e a coisa mais interessante que pude ver foi uma propaganda. A volta do Big Brother Brasil. Pela nona vez consecutiva o povo brasileiro irá submeter-se à alienação e exploração, através do BBB. Não muito fã do programa, fui descobrir o quanto era cobrado por ligações e qual havia sido o recorde: 31 centavos mais impostos; 60 milhões de ligações. Atônito com o que ouvira, fiquei tentando imaginar o quanto a globo lucrava com o programa, somando audiência mais a grana de todos os paredões. Óbviamente a o lucro da ligação não é todo da Globo, por isso 31 centavos "mais impostos". Então imaginamos que os impostos sejam equivalentes ao valor da ligação. Assim, tudo igual. 31 centavos pra cada - Tudo isso dedução, sem fontes, por favor - . Seguindo os cálculos, me peguei em um que eu não consegui resolver: 31centavos vezes 60 milhões de ligações. Pois é, o resultado seria o lucro da Rede Globo em UMA noite de paredão.
Dado tudo isso, eu volto a pensar no Luan. Será que ele é apenas mais um brasileiro que não aprende nunca e não acerta uma, uminha?


Textos de madrugada, sempre horríveis e corridos.

Jorge; sábado de trabalho.

Acho que está bem longe de nascer, se é que um dia nascerá, alguém que jamais tenha passado por um daqueles típicos momentos vergonhosos, que estamos muito bem acostumados a passar. Sejam eles em uma roda de amigos ou no meio da rua. Quem tiver a ousadia de falar nunca ter caído é , no mínimo, um cidadão de se desconfiar. Quem nunca pisou em falso ou esbarrou naquela linda moça com copo de suco às mãos?Pois bem, minha história não se mantém muito distante disso. Sábado de trabalho. Maçante sempre, independente do que tenha ocorrido na noite anterior. E a minha noite não foi lá das mais tranqüilas. Aniversário do Otávio, meu melhor amigo. Por mais que me sobrassem motivos pra ficar em casa, dormindo, não pude deixar de comparecer. Afinal de contas, melhor amigo é melhor amigo! No dia seguinte acordei atrasado, como era de se esperar. Tomei um banho e saí às pressas pra pegar o ônibus. Ônibus, que por sinal, estava lotado.
. – Será que ninguém desce desse ônibus para que um jovem, trabalhador, possa ir com o mínimo conforto possível ao trabalho? – Pensei incontáveis vezes.
Finalmente, para meu deleite, um adorável senhor desceu milhares de paradas antes à minha. Se não fosse a presença do boçal, sentado ao meu lado, eu poderia deliciar-me do mais belo conforto. Mas aos poucos ele e os tantos outros brutamontes foram se retirando. Dando-me assim, condições de finalmente relaxar. Seguindo a viagem, fiquei ali, pelo menos dez minutos inerte, sem mexer um sequer músculo.- Com licença, por favor? – Disse uma voz feminina, pondo fim ao meu conforto. Admito que tive uma imensa vontade de fingir que não havia ouvido. Mas fui obrigado a me virar e... Meu Deus! Que criatura divina. Sim, era ela! A mãe dos meus filhos, a musa das minhas inúmeras canções sem sucesso e das tantas noites de insônia sem explicação.. Em dois segundos havia achado a causa de todos meus problemas, até hoje, e também a solução de todos daqui pra frente. Mas pra não perder o fio da meada, prossigamos: Dei licença à moça, como era de se imaginar.. Ficamos ali, lado a lado. Eu: tenso, suando frio, trêmulo dos pés à cabeça, vermelho e procurando as palavras pra começar algo que pudesse despertar o interesse dela. Ela: quieta, sorridente e... Nada além disso. Tentei de todas as formas achar o assunto, mas fracassei. Cheguei até mesmo pedir ajuda divina, mas também não tivera sucesso algum. A moça calma, durante todo o tempo me olha fixamente, sorri e diz:- Com licença, por favor?O pedido de licença que outrora entrara em meus ouvidos como música, agora soava como um estouro, da mais forte bomba. Havia perdido ali a mulher dos meus sonhos e sabe lá Deus quando teria novamente a chance de reencontrá-la. - se é que um dia iria reencontrá-la. - Vejo a moça se levantar pra descer na parada seguinte, como se estivesse vendo ali, ir embora todos meus sonhos relacionados à minha vida amorosa. Vivi os segundos mais melancólicos e sofridos da minha vida. Acho que me senti percorrendo a Via-Crúcis, de ônibus. A tristeza súbita agora tomara conta de mim, e a única idéia que me veio à mente foi descer na parada seguinte e correr atrás da moça. Tendo de contar com a sorte para que não a perdesse de vista no meio de tantas pessoas, carros e algumas tantas ruas que se cruzavam viciosamente. E assim fiz. Desci em meio à multidão, correndo com o desespero de quem correr pra tirar um velho pai da forca... O esforço imposto sob minhas pernas e pulmões foi recompensado. Depois de correr por algum tempo pude contemplar de longe ela, a deusa, a musa... Não pude deixar de observar como mantinha sempre um semblante jovial, como se não houvesse em sua volta todo o caos metropolitano. Alguns passos à frente, me aproximo da moça, e toda tensão e tremedeira de alguns minutos atrás, faziam-se presentes mais uma vez. Cheguei até mesmo hesitar, mas optei por chamá-la logo. Diminuí a corrida, naquela rua esburacada e mal asfaltada, e com a alegria de uma criança com doces gritei:- Moça! Ei, moça!Permaneci correndo...- Moça, vo... – Caí! Isso mesmo, meu amigo, caí. Agora toda alegria de uma criança com doces, virara vergonha e... Nada mais do que vegonha. De um alduto...Sem doces. Ao fitar a moça rindo desdenhosamente da minha queda, me senti o homem mais abestalhado da face da Terra. Queria que tudo aquilo nunca tivesse acontecido. Não queria o ônibus, a moça e, principalmente, não queria o tombo. Fiquei deitado no chão durante segundos, talvez minutos, com os olhos fechados sentindo o enorme cansaço sobre meu corpo. Cem por cento inerte. Até que uma voz camarada bate no meu ombro e diz:- Jorge, acorda cara! Não vai trabalhar hoje?

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